domingo, 28 de agosto de 2011

Good bye, Lenin!

Estou aqui, na sala da minha casa, dando um tempinho após o almoço, assistindo "Shrek 2", quando passou uma propaganda da Coca-Cola, na qual ela se coloca como uma grande "salvadora" -  uma solução para os problemas sociais existentes. A quem ela quer enganar? Ao mesmo tempo, me veio à cabeça um filme europeu, que assisti há um tempo atrás, chamado "Adeus, Lenin!".
Esse filme é uma produção Alemã de 2003, dirigido por Wolfgang Becker. Inspirado em um período importante da história cultural da Europa - a queda do Muro de Berlim e a reunificação das duas Alemanhas- Wolfgang Becker usa como pano de fundo personagens reais como Erich Honecker, que governou a RDA (ou Alemanha Oriental) de 1971 a 1989; Mikhail Gorbatchov, o derradero líder (1985-1991) da URSS; Helmut Kohl, primeiro chanceler da Alemanha reunificada, e Sigmund Jähn que em 1978 tornou-se o "primeiro alemão no espaço": foi um dos tripulantes da espaçonave soviética Sojus 31. É ele, Jähn quem se transforma no maior de todos os personagens históricos de “Adeus, Lênin!”. Simbolicamente, sua trajetória (no filme), de herói a motorista de táxi, resume a derrocada da RDA. 


O protagonista da trama, Alexander (Daniel Bruhl), em 7 de outubro de 1989, durante as festividades pelos 40 anos da RDA, vai às ruas do lado oriental de Berlim, onde vive com a família, para protestar contra o governo. Mistura-se aos manifestantes que sua mãe (Kathrin Sass), professora identificada com o regime de orientação soviética, condena. Alexandre definia sua mãe como "casada com a pátria socialista". Um ataque cardíaco, no entanto, a deixa em coma no hospital durante oito meses, tempo suficiente para que não assista à queda do muro de Berlim e a implantação no país do sistema capitalista. Quando afinal desperta, Alexander quer preservá-la do choque e a leva para o apartamento da família, cuidadosamente preservado como se a RDA ainda existisse. Seu esforço será o de manter, nessa espécie de museu do socialismo, um país que, enfim, encontra o destino grandioso que jamais havia lhe sorrido. É de mentiras, portanto, que o filme trata, ao manipular fatos reais para lhes dar outro sentido. 
E foi a cena do filme, do momento em que ela acorda do coma, que veio a minha cabeça ao assistir a propaganda. Justamente em frente à janela de seu quarto, em um prédio, estendem uma propaganda vermelha enorme da Coca-Cola, simbolizando o Capitalismo que nascia. 

Um excelente filme do cinema Europeu! Recomendo!
                                                                                                           Débora Reis

Um comentário:

  1. O filme realmente parece interessante, se o encontrar quero assistir.
    Quanto ao inegavelmente "manipulismo" que vivemos, a sociedade como zumbi já se entregou de corpo e alma às e pseudo-realidades impostas pelas mídias.
    A nós cabe somente continuar acordados e não descansar a cabeça se não quisermos também nós nos afogar nessa água suja.

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